Em 2025, o Brasil vive um momento singular no mercado de fusões e aquisições. Investidores nacionais e estrangeiros se deparam com números que oscilam entre sinais de aquecimento e alertas de desaceleração. Navegar nesse cenário exige não apenas coragem, mas também informações estratégicas.
Neste artigo, apresentamos uma análise detalhada, dicas práticas e insights inspiradores para quem deseja aproveitar oportunidades e mitigar riscos nesse ambiente dinâmico.
Panorama Atual do M&A no Brasil
Dados recentes da PwC apontam queda de 19% em relação a 2024, registrando 1.087 operações até setembro. Por outro lado, Aon e TTR Data sinalizam avanço de 43,9% em valor no primeiro semestre, com R$146 bilhões movimentados.
Outras fontes como KPMG registram acumulado de 1.300 operações até setembro, enquanto o segundo trimestre foi o mais ativo, com 596 transações até maio, alta de 15% segundo PwC.
Mesmo diante de diferentes leituras, o Brasil mantém a liderança na América Latina em valor total de negócios, demonstrando força estrutural e potencial de crescimento.
Setores em Destaque e Oportunidades
Embora o mercado apresente oscilações, alguns setores continuam a concentrar a maior parte das operações. Identificar essas áreas é essencial para posicionar investimentos com maior probabilidade de retorno.
- Tecnologia e Telecomunicações: representa 33% das transações, com destaque para software e internet.
- Consumo e Varejo: movimenta 15%, apesar de recuo anual de 10% em volume.
- Automotivo e Mobilidade: 9% das operações, impulsionado pela eletrificação e logística.
- Real Estate e Imobiliário: 78 negócios, com investidores buscando ativos resilientes.
- Energia e Serviços Públicos: 7,5%, com transações estratégicas em geração limpa.
Essas áreas oferecem não apenas volume, mas também oportunidades de consolidação e inovação, principalmente quando apoiadas por fundos de private equity, que aumentaram em 57% o capital investido no ano.
Perfis de Transações e Participantes
O ecossistema de M&A no Brasil é composto majoritariamente por compradores nacionais, que respondem por 81% das operações até maio. Estrangeiros, liderados pelos EUA, participam de 203 transações.
Os perfis mais comuns incluem compradores estratégicos (877 operações) e fundos de private equity (210 operações, parte de um total de 566 fundos ativos). A crescente atuação de venture capital também merece atenção: foram 395 rodadas de investimento somando US$3,5 bilhões.
Fatores de Impulso e Desafios
Entender o que move esse mercado e quais obstáculos enfrentamos é crucial para quem planeja entrar nesse jogo.
- Juros elevados e custo de capital: intensificam a busca por eficiência via consolidação.
- Incertezas macroeconômicas e geopolíticas: exigem planejamento rigoroso em due diligence.
- Foco em setores resilientes: tecnologias emergentes, infraestrutura e saúde atraem mais investidores.
- Recuperação global moderada: crescimento de 11% em M&A até maio, segundo Bain.
- Crescimento de transações cross-border: destaque para operações Brasil–EUA, com alta de 66,7% em volume.
O Que Investidores Precisam Saber Antes de Entrar
Planejamento estratégico e conhecimento do mercado são diferenciais que elevam as chances de sucesso em operações de M&A.
- Realize due diligence rigorosa para mitigar riscos regulatórios e financeiros.
- Monitore indicadores regionais, como a concentração de negócios em São Paulo (52%).
- Equilibre carteira com ativos resilientes e oportunidades de alto crescimento.
- Considere parcerias locais para acelerar a adaptação ao ambiente regulatório.
- Acompanhe tendências de valuation e termos de earn-out na negociação.
Discrepâncias em Relatórios
As divergências entre PwC, KPMG, Aon e TTR evidenciam a complexidade de mensurar M&A em tempo real. Enquanto a PwC destaca desaceleração em relação a 2021, outras fontes ressaltam crescimento semestral e liderança regional. Investidores devem cruzar dados e identificar metodologias adotadas para formar visão equilibrada.
Perspectivas para 2026
Embora o segundo semestre de 2025 possa registrar maior cautela, a tendência de médio prazo aponta para retomada moderada, especialmente em tecnologia, logística e infraestrutura. Com selic em níveis mais estáveis, espera-se maior volume de players estrangeiros e crescimento em transações cross-border.
Preparar-se desde já, adotando processos sólidos e aproveitando as lições de 2025, será fundamental para surfar a próxima onda de fusões e aquisições no Brasil.
Referências
- https://www.trendsce.com.br/2025/10/27/pwc-brasil-registra-1-087-fusoes-e-aquisicoes-em-2025/
- https://intout.com.br/2025/10/01/ma-brasil-crescimento-preparo-estrategico/
- https://www.pwc.com.br/pt/sala-de-imprensa/release/operacoes-de-m-e-a-no-brasil-aquecem-2025-mas-podem-enfraquecer-no-2-semestre.html
- https://platobr.com.br/brasil-lidera-fusoes-e-aquisicoes-na-america-latina-e-movimenta-us-37-bi-em-2025
- https://grupoinvestor.com.br/crescimento-de-ma-no-brasil/
- https://fusoesaquisicoes.com/hr/setores-que-mais-cresceram-em-ma-em-2025/
- https://blog.ttrdata.com/relatorio-trimestral-sobre-o-mercado-transacional-brasileiro-2t25/
- https://timesbrasil.com.br/empresas-e-negocios/fusoes-e-aquisicoes-consumo-recuam-10-2025/
- https://forbes.com.br/forbes-money/2025/10/fusoes-e-aquisicoes-somam-1-087-transacoes-em-2025-diz-pwc/







